Contratação de funcionários

23 de julho de 2021

Se você nasceu a partir dos anos 90, quando começou a se interessar pelo assunto emprego, muito provavelmente a forma de consulta de vagas e envio de CVs já era muito digital, anúncios em sites de vagas, cadastros online e uma certa rapidez no processo de busca da vaga e marcação de entrevistas.

Mas se você, assim como eu, nasceu na década de 70, viveu um momento que hoje é muito difícil de imaginar. Para começo de história, o CV era impresso e a gente tirava muitas cópias para entregar para os amigos dos pais, amigos dos amigos e até mesmo entregar nas empresas ou enviar por correios. E não tinha essa história de adaptar o CV de acordo com a vaga, era um único documento que se juntava a milhares, para a área de recursos humanos analisar, telefonar, fazer algumas perguntas e marcar uma entrevista pessoalmente. Tinha uma grande parcela de sorte em conseguir fazer o seu CV chegar nas mãos certas e ser analisado e escolhido para a próxima etapa.

E encontrar a vaga era só no fim de semana. Era preciso comprar o jornal do domingo para olhar os classificados, circular com caneta os anúncios que mais despertavam interesse e na segunda-feira correr para entregar o CV no endereço do anúncio. Parece coisa de filme antigo, não é? Mas era assim mesmo!

E as empresas, como eram feitos os anúncios das vagas? Não tinha essa de sites de emprego, nem anúncio no LinkedIn, isso era coisa que só acontecia nos filmes de ficção. E achávamos que não aconteceria com a nossa geração.

Bem, mas as empresas precisavam ter a aprovação da vaga no início da semana se quisessem anunciar nos classificados do fim de semana, pois para sair no jornal do domingo precisava mandar as informações até a quarta ou quinta-feira no máximo. E o anúncio geralmente dava um prazo de uns 15 dias para os candidatos enviarem os CVs, esse prazo era para ter tempo de receber uma quantidade razoável de candidatos para participar do processo. Depois desses 15 dias, alguém da área de RH começava a analisar e separar os currículos que mais se encaixavam na vaga. Depois disso era ligar para marcar as entrevistas. E lá se iam mais umas semanas de entrevistas com o RH, que escolhia os candidatos que passariam para a segunda fase, dessa vez com o coordenador ou gerente da área que precisava contratar. Depois dessa etapa tinha as ligações para pedir referências, depois mais uma rodada de conversa com o candidato para definir salário, pedir documentação e negociar a data de início. Lembrando que todos esses contatos eram por telefone fixo, o que significava que a empresa ligava e, se o candidato não estivesse em casa, deixavam recado e o retorno da ligação poderia demorar mais 1 ou 2 dias. Quando um processo de contratação era considerado rápido, levava uns 2 meses. Dá pra imaginar essa situação nos dias de hoje?

Mas se você já nasceu no mundo digital, o processo de contratação pode acontecer em uma semana, seguindo as etapas de definição da vaga em uma segunda-feira de manhã, anúncio no LinkedIn na segunda-feira à tarde, na terça-feira de manhã já haverá uns 50 bons CVs cadastrados e aí é só mandar os testes online no mesmo dia, marcar entrevistas no zoom para a quarta-feira, discutir internamente qual o candidato que mais se adequa à empresa e à vaga, fazer a oferta de salário e benefícios, receber a documentação por e-mail e definir a data de início, que muito provavelmente não será superior a 2 semanas. Claro que existem exceções e nem todas as empresas e vagas contratam com essa agilidade, mas essa comparação é só para refletirmos sobre quais inovações podem vir pela frente para revolucionar ainda mais esse processo. Conseguem imaginar?