Educação online e offline no Brasil

16 de maio de 2021

Esse problema é de todos nós!

A Educação no Brasil sempre foi um dos desafios para o desenvolvimento da nossa nação, tanto social quanto economicamente. Países onde a Educação é prioridade sentem o reflexo direto na geração de empregos e nas condições sociais da sua população.

Entendo que, no Brasil, os políticos têm como objetivo manter as classes menos favorecidas sem educação de qualidade por uma razão muito simples, um povo sem formação educacional, que depende de subempregos, que não tem condições básicas de vida, que precisa de praticamente tudo, acaba aceitando trocar o seu voto por uma cesta básica ou por uma refeição. É uma questão de sobrevivência! E os políticos que comercializam seus votos dessa forma, logo depois que ganham as eleições, esquecem das pessoas que os levaram até ali. E o ciclo vicioso continua, essas mesmas pessoas continuam a viver sem perspectiva de um futuro melhor, sem uma formação educacional que permita que elas tenham conhecimento adequado para conseguir um bom emprego e se desenvolver, a ponto de entender os seus direitos e lutar por eles.

Com a Pandemia da Covid-19, a crise educacional ficou ainda mais grave, principalmente nas escolas públicas, sem contar que para muitas famílias, ter os filhos na escola também significava que eles teriam acesso às refeições, e essa perda tem impacto direto na saúde desses estudantes, comprometendo ainda mais o seu aprendizado. Sem contar o impacto financeiro que a falta dessas refeições causou no orçamento das famílias.

Em uma realidade onde já era difícil enxergar a educação como alternativa para melhorar o futuro da família, apareceu um desafio quase impossível de superar: oferecer os recursos necessários para que os filhos possam assistir aulas online e fazer com que eles se mantenham motivados e aprendam de verdade, nesse novo formato.

Fazer aulas online requer pais que possam orientar no dever de casa, que saibam tirar dúvidas fazendo o papel de professor, além disso é preciso uma internet de qualidade, um computador ou um celular, um local tranquilo para assistir as aulas. Como isso pode ser possível, nas famílias com muitos filhos, que na casa só tem o celular do pai, que trabalha e só volta pra casa à noite? E se tivesse mais de um celular, de que adiantaria se não tem internet? E se tivesse internet, como faria para 2 ou 3 filhos assistirem aula online em um único telefone celular?

Nos deparamos então com barreiras culturais e barreiras práticas.
As culturais estão relacionadas à participação da família na formação educacional dos filhos, já que essa atividade sempre foi terceirizada às escolas. E em muitas famílias os pais não tem formação suficiente para ensinar e orientar seus filhos nas atividades extraclasse. E isso é um fator que gera falta de engajamento dos pais e os desmotiva, fazendo com que se sintam incapazes de ajudar os filhos na evolução e no aprendizado.
E as barreiras práticas são as limitações de recursos como o acesso à internet estável e a equipamentos como computadores e celulares, que permitam a realização das aulas e atividades.
Antes de tudo, penso que esses pais também precisam de orientação de como agir e como orientar e ajudar os filhos a não perderem a vontade de aprender. No meu ponto de vista, orientá-los (os pais) a fazer das atividades diárias um laboratório de aprendizagem para os filhos, seria uma boa forma de despertar o interesse em aprender para se sair bem em situações do dia a dia de qualquer pessoa. E as atividades podem ser exploradas para qualquer faixa etária. Alguns exemplos: Eles podem pedir para os filhos organizarem as roupas por cores, ensinar matemática na cozinha ou no mercado mostrando como pesar os alimentos, as frutas, entender na prática os descontos oferecidos nas lojas, ensinar a calcular a quantidade de doses de vacina necessárias para as pessoas da sua rua ou do seu bairro.

A utilização desses exemplos pelas famílias pode ser uma alternativa muito rica, mas é preciso que alguém se dedique a orientá-los e mostrar o quanto eles têm para ensinar. É preciso desmistificar o pensamento que só a escola pode ensinar, quando os pais travam uma luta diária para sobreviver e tem tanto aprendizado do mundo real para transmitir aos filhos.

Quantas pessoas você conhece que estão passando por esse desafio?

Já parou para pensar que você pode contribuir na orientação dessas pessoas a usar essa forma de ensinamento aos filhos?